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Resenha - Mulher com Brânqueas


Título: Mulher com Brânquias
Autora: Patrícia Baikal
Editora: Independente
Páginas: 186


Sinopse Rita, professora universitária, começa a ter visões de uma realidade paralela, como se estivesse o tempo todo mergulhada num aquário. Em casa, no trabalho ou na rua, ela se vê rodeada por seres aquáticos e especialmente pelo "grande peixe", uma criatura fantasmagórica que a persegue, mas que ninguém mais enxerga. Como se não bastasse, sua pele é tomada por escamas aos poucos, de forma dolorida e fantástica. Brânquias surgem em seu corpo, e isso pode significar o início ou o fim de uma jornada.

Resenha - Rita e seus sentimentos mexem com a nossa cabeça. Tantas mudanças, tantos medos e eles são tão reais, eu e você assim como ela muitas vezes somos tomadas pelo medo e inseguranças.
Uma fantasia cheia de mistérios e metáforas que com certeza você vai amar assim como eu. Li o livro em menos de um dia e foi numa tacada só, não conseguia me desgrudar do livro. O livro se inicia com uma contagem regressiva: sabemos que em um mês algo vai acontecer, isso nos instiga nos deixando com uma ansiedade cada vez mair.

Rita tem 32 anos, dona de uma loja de porcelanas e atualmente começou a lecionar. Ah também tem o fato de ter acabado de se mudar com muitas coisas ainda encaixotadas, ela tenta sempre dar um passo de cada vez porém coisas estranhas começam a acontecer, de início pensa estar vendo coisas devido a mal star e pressão. Mais tarde tudo se intensifica, as visões com um suposto peixe gigante começam a ficar mais recorrentes e após um acidente em sua loja onde corta a mão, Rita vê escamas saindo do ferimento. Rita começa a perceber algumas mudanças em seu corpo que ninguém mais conseguem ver nem mesmo seu marido.

"A gente vai engolindo tanta pedra, terra e mato que uma hora o corpo para de funcionar. E só depois de colocar tudo para fora é que voltamos a respirar aos poucos, tossindo poeira e resistindo aos destroços que restaram." 

Infelizmente as coisas não melhoram para Rita, por telefone ela recebe uma notícia, sua tia Virgília faleceu. Sua tia era para ela como uma mãe, aliás sua mãe falecera com apenas 33 anos então Virgília era o mais próximo de uma mãe que ela tinha.
Ao voltar para sua cidade natal para o enterro ela revê parentes e amigos mas a dor da perda é maior que qualquer coisa, o grande peixe parece a acompanhar aonde ela vá a deixando sempre amedrontada e reprimida não conseguindo falar nem se abrir com ninguém.

"Quando a vida está ameaçada, o corpo acessa a memória do medo e nos salva da faca afiada, dos cacos de vidro, do desamor, da doença incurável. O problema é quando a gente tem medo do próprio medo, ou quando de tão medrosos, deixamos de viver." 

Durante sua estada no velório ela sem querer descobre coisas sobre seu passado e o passado das Odas, sua bisavó, avó e mãe. Todas morreram aos 33 anos, cada uma de uma forma. Mas seria apenas uma coincidência ou algo realmente aconteceu muitos anos atrás que estava afetando toda a família e os descendentes? Será que ela é a próxima?
Uma coisa bastante importante pra mim no livro foi carinho e amor que Rita tem por sua irmã mais nova, ambas muito unidas a ponto de saber como a outra está só pelo modo de olhar ou o jeito dos ombros.

Recomendo demais o livro! Muitos mistérios, no final do livro faz a gente repensar tudo o que aconteceu na vida de Rita e até mesmo na nossa. Patrícia me ganhou de novo com seu livro, gênero diferente mas o amor e carinho é o mesmo.
E devo acrescentar também que as ilustrações ficaram ótimas e deram ainda mais vida a narrativa.

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