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Resenha - Floriano Encapsulado

Título: Floriano Encapsulado
Autor: Frederico Feitoza
Editora: Chiado Books
Páginas: 234



Sinopse - Um retrato terno e assombroso das armadilhas da adolescência
Floriano, o “Assacínico”, é um mistério em plena luz. Habituado aos diagnósticos imprecisos de seu psiquiatra, é de poucos amigos. Aos 14 anos e cansado de lidar com o bullying constante, tem uma surpresa: o maior palhaço da hora do recreio, Roberto Salomão, aproxima-se para o que parece o início de uma amizade suspeita. Ele curte sertanejo universitário, namora a estonteante Regina George from Taquaritinga e vem do perigoso Conjunto Ceilópolis. Resta saber se Floriano acredita nesta nova amizade ou se tudo não passa de um de seus mórbidos planos contra os “otários” da escola. Acompanhe nesta jovem novela o desenrolar de um perigoso esquema de bullyings e desafios que custará vidas.



Resenha - A vergonha de existir. Era provavelmente a causa de todo o mal no mundo. Era o que provavelmente não impedia que loucos estudantes atirassem em colegas na sala de aula; que senhores bêbados esfaqueassem suas mulheres em casa, ou maníacos lançassem ácido no rosto de qualquer um que passasse na calçada. Isso só poderia ser vergonha de estar presente no mesmo mundo em que todos os outros são tão felizes.''

Começo a resenha de hoje com esse trecho marcando do livro. Para pessoas mais sensíveis ao tema desde já aconselho a terem cuidado, o livro aborda detalhadamente tanto drogas quanto suicídio. De cara ele não chama muito atenção pela capa, mas sim pelo conteúdo da sinopse e a promessa de falar sobre bullying. 

Na história veremos 3 amigos, uma garota chamada Mabel que todos apelidam de Sapatuxa, Emanuel que é Manu, e o nosso esquisito Floriano, para esse terceiro os apelidos não tem fim, o mais comum é Floris. Teremos de início o cotidiano dos três, o modo como cada um reage e se porta diante da escola e outros. O começo pode parecer um pouco lento mais não desistam.
A história começa a ficar interessante quando entra em cena Rorbertinho, um garoto que tanto mexeu com eles se mostra amigável, propício a fazer novos amigos e deixar a vida de popular para trás quando começa a se interessar pelos três. Todos estranham, porém aceitam o novo amigo afinal não são tão rancorosos e o garoto parece mesmo arrependido de todo o mal que causou. 

''O alfaiate pensava em quantos erros e omissões são necessários para que se saia com uma verdade.''

Agora Mabel, Manu, Floriano, Robertinho e sua namorada começam a andar juntos e desfrutar da pouca liberdade que todos tem com a adolescência. Temos sim um pouco de romance no livro, inclusive fiquei um pouco triste como foi abordado o romance, ou melhor dizendo, os romances, mas ao lembrar da minha própria adolescência lembrei do quão somos manipulados facilmente pelo que parece fascinante quando na verdade não é. Isso vale para tudo, seja para romances, drogas, bebidas e afins.

Eu apenas esperava mesmices e levei um tapa na cara, o autor tem uma sensibilidade muito tocante e conseguiu narrar tanto a ''inocência'' dos adolescentes em relação as drogas como suas consequências...gravíssimas consequências. Lendo essas coisas vemos o quão é importante conversar com os mais novos, não apenas dizer ‘‘não”, mas explicar o porquê do não, dizer o “sim” se torna bom e fácil na hora, mas e depois? Quem convive e vê tudo acontecendo é quem mais sofre e acaba por ter que lidar com a situação.
É difícil falar de apenas uma ou outra coisa que o livro aborda. Ele é curto, porém fala sobre vários assuntos e em diferentes perspectivas, desde a visão dos alunos, até pais e amigos. Inclusive o livro demonstra bem como não percebemos e deixamos passar pessoas que estão a 2 passos de você e só querem ajudar. 
Recomendo o livro, principalmente para os jovens no início de seus 12 anos.


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